28.3.07

Os Grandes Portugueses

Domenica si è concluso l'inutile ed osceno concorso indetto dalla tv di stato portoghese che invitava la popolazione ad eleggere, al modico costo di 0,60 €+ iva a chiamata, il miglior portoghese di sempre (dubito che sia stato un format originale, mi sa che è già stato fatto altrove). Al concorso hanno partecipato tutti, personaggi + o - degni, re, regine, politici, navigatori, cantanti, attori, poeti, musicisti, pittori e tanti, tanti calciatori. Dopo una prima fase di votazioni, il numero di candidati è stato ridotto da 100 a 10. Sono stati eliminati personaggi illustri, vere e proprie glorie nazionali, come la cantante Amália Rodrigues ed il calciatore Eusebio (cosa che avevo giudicato assolutamente impensabile in un paese di drogati di calcio come il Portogallo).Alla fine della seconda ed ultima fase, con estremo imbarazzo, la RTP ha dovuto ammettere che il vincitore, con un po' meno del 50% di voti, è stato il dittatore fascistone che li ha bastonati x 40 anni, António de Oliveira Salazar, responsabile di molte morti e sparizioni di oppositori, disastrose guerre coloniali con stragi di popolazioni africane, a capo di un regime che ha negato i principali diritti democratici.
A L L U C I N A N T E ! ! ! !
Come se in Italia il 50% delle persone eleggesse Mussolini come il miglior italiano di sempre (anche se poi abbiamo messo x ben 2 volte Berlusconi a capo del governo).
Ora sociologi e politologi cercheranno di spiegare questa cosa come un insoddisfazione da parte della popolazione nei confronti della classe politica, ma quello che vedo da un po' di tempo, è che c'è una grande rivalutazione di questo personaggio: giornali e tv ne parlano molto, marcando quasi solo la sua abilità economica, escono libri col salazar-pensiero, sulle donne di Salazar. Nel suo villaggetto, Santa Comba Dão, stanno trasformando la sua casa in un museo a lui dedicato e allo "Estado Novo", come era denominato il fascismo qui, posto che sicuramente diventerà luogo di pellegrinaggio di nostalgici idioti.
Personalmente, avrei votato la sedia che lo ha ucciso (x chi non lo sapesse, è morto in seguito a danni cerebrali provocati dalla caduta da una sedia)

Dimanche, conclusion du concours, inutile et obscène, organisé par la télévision nationale (RTP) qui invitait les téléspectateurs à élire, pour la modique somme de 0,60€ + taxes par appel, le meilleur Portugais de tous les temps (je doute qu'il s'agisse d'une idée originale, je pense que cela a déjà été fait ailleurs). Beaucoup de monde concourrait, personnages + ou - dignes, rois, reines, politiciens, navigateurs, chanteurs, acteurs, poètes, musiciens, peintres et beaucoup-beaucoup de joueurs de foot. Après une première phase de votes, le numéro des candidats a été réduit de 100 à 10. Des personnages illustres ont été éliminés, de véritables gloires nationales, comme Amália Rodrigues et le joueur de foot Eusebio (chose absolument incroyable dans un pays de drogués de foot comme le Portugal).
A la fin de la deuxième et dernière phase, c'est avec un embarras certain que la RTP a dû admettre que le vaincqueur, avec un peu moins de 50% des voix, fût le dictacteur fasciste qui les a opprimés pendant 40 ans, António de Oliveira Salazar, responsable de la mort et de la disparition de nombreux opposants, de violentes guerres coloniales avec son comptant de massacres de populations africaines, à la tête d'un régime qui niait les principaux droits démocratiques.
HALLUCINANT!!!!
Comme si, en Italie, 50% de téléspectateurs avaient élu Mussolini pour représenter le meilleur Italien de tous les temps! (Bon, nous avons quand même mis Berlusconi deux fois à la tête du gouvernement)
Sociologues et politologues vont maintenant tenter d'expliquer ce résultat comme reflétant une insatisfaction de la population vis-à-vis de la classe politique, mais ce auquel j'assiste depuis un certain temps, c'est à une grande revalorisation du personnage en question: journaux et télévisions en parlent beaucoup, insistant presque seulement sur sa grande habilité en matière d'économie, des livres sortent sur la pensée-salazar, sur les femmes de Salazar... Dans son village, Santa Comba Dão, ils sont en train de transformer sa maison en un musée qui sera dédié à sa personne et à l'"Estado Novo", ainsi nommait-on le fascisme ici, un endroit qui deviendra sûrement un incontournable lieu de pélerinage pour imbéciles nostagiques.
Personnellement, j'aurais bien voté pour la chaise qui l'a tué (pour ceux qui l'ignorent, il est mort à la suite d'un traumatisme crânien aprés être tombé de sa chaise)

A titolo informativo allego una lista di crimini commessi dal regime di Salazar e del suo successore Caetano, che ci ha fatto pervenire una nostra collega dell'Anim.
Essa è ovviamente in portoghese, ma non farete fatica a capirla.

A titre d'information, je joins une liste des crimes commis durant le régime de Salazar et de son successeur Caetano, qu'une collègue de l'Anim nous a fait parvenir.
Elle est en portugais, mais vous n'aurez aucun mal à comprendre.

Eis a ilustre lista NEGRA de Salazar e Caetano.
Em nome da memória. Em nome da palavra FUTURO!
1931
O estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
1932
Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
1934
18 de Janeiro Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal
1935
Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
1936
Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro de 1934; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
1937
Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
1938
António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
1939
Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;
1940
Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941
Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
1942
Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
1943
Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
1944
General José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.
1945
Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
1946
Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
1947
José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
1948
António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
1950
Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951
Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954
Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957
Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958
José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961
Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962
António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
1963
Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964
Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965
General Humberto Delgado e a sua secretária Arajacyr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967
Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, morre vítima de tortura na PIDE;
1968
Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969
Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972
José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na “fuga-libertação” de Alcoentre, em Junho de 1975;

1973
Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974, 25 de Abril
Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.

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